16 de abril de 2011

Raúl Madrid de Gelsenkirchen

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Vangloriar ícones do futebol como Pelé, Ronaldo, Zico, Leônidas, Garrincha e tantos outros brasileiros craques de bola é algo corriqueiro, não se precisa sequer ter muito conhecimento futebolístico para dizer que Pelé é Rei, Maradona até que tentou a majestade, mas só um pode usar a coroa. Como todo apaixonado pelo futebol brasileiro e pela nossa Seleção tais jogadores são referência para mim, mas confesso que nenhum jogador me emociona tanto como um estrangeiro, especificamente um ídolo espanhol: Raúl Gonzaléz Blanco.

Raúl é aquele tipo de atleta que sequer precisou forçar sua cadeira cativa entre os deuses do esporte; seu nome, certamente desde seu nascimento, está gravado no Olímpo futebolístico e no altar de qualquer madridista e apreciador do bom futebol, sem clubismos cegantes que impeçam de reconhecer um digno boleiro. Difícil imaginar um torcedor do Real Madrid que não se sinta honrado por ter um profissional tão leal e guerreiro atuando em seu time durante 16 anos, nos quais o clube ganhou inúmeros títulos, tendo como motor de impulsão o “corazón blanco” de Raúl, nosso eterno capitão e camisa 7, que além de carregar o escudo do Real Madrid no peito, leva o amor branco em seu próprio nome. Um merengue predestinado.

Vestir a camisa de um clube vitorioso nunca é tarefa fácil, ainda mais de uma equipe que teve em seu passado um ataque memorável formado por lendas como Di Stéfano, Puskás, Gento e Kopa. Mas Raúl agüentou as pressões que carregava desde que entrou no clube em 1992, ainda marcado pela fase de sucesso da Quinta del Buitre: virou o maior artilheiro do Real Madrid, o jogador que mais atuou com a camisa branca, um dos mitos da Fúria Roja. Tornou-se ídolo na Espanha. Muito mais que apenas Raúl, virou Raúl Madrid.

Señor Raúl (como foi apelidado na Alemanha) arrancou lágrimas dos madridistas em sua despedida do clube em 2010, e ainda hoje ver nosso camisa 7 em campo verte tantas lágrimas de orgulho como as que rolaram de tristeza em sua despedida do clube merengue. Hoje vejo o Señor Raúl encantando em Gelsenkirchen, animando a torcida do Schalke que entoa seu nome, num ardor contagiante. E não é que lá no Santiago Bernabéu a torcida madridista também aplaude seu ex-capitão? É como se sentisse que, mesmo a quilômetros de distância, esse ícone prossegue no estádio do Real Madrid, fazendo os corações dos torcedores baterem em ritmo acelerado. Raúl está atuando pelo Schalke, mais o orgulho dele ser uma parte viva da história do Real Madrid, e de todo futebol mundial, jamais diminuirá.

Raúl é um mestre da bola. Pode não ser o jogador mais técnico, ter o drible mais desconcertante ou ser o boleiro mais famoso, contudo joga com paixão e alma, com a certeza de estar fazendo o máximo pelo seu clube e com a leveza de alguém que já cumpriu sua tarefa em marcar a história do futebol, afinal, quem uma vez calou o Camp Nou com um belo gol, não precisa provar ainda mais sua divindade.

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