27 de julho de 2011

Ferenc Puskas

Têm muitos atletas que já estão aposentados, ou até mesmo já faleceram, que eu gostaria de falar sobre nesse blog, por isso vou fazer um “momento remember” do esporte aqui. Enfim, para inaugurar essa coluna semanal escolhi um mito do futebol, um daqueles lendários jogadores que fazem a pessoa querer ter nascido em outra época só para vê-lo em campo.

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Ferenc Puskas foi a principal estrela que brilhou em uma das melhores seleções que o mundo já viu, a Seleção Húngara do início da década de 50. Só isso já qualificaria Puskas como um grande futebolista, os Magiares marcaram época no futebol e são um desses “pecados” que existem no esporte, pois a taça da Copa do Mundo de 1954 deveria pela lógica ter ido parar em mãos húngaras. Todavia futebol não se baseia na lógica, e essa mesma ausência de lógica ajudou Ferenc Puskas a ser até hoje o principal nome que a Hungria produziu no esporte bretão. O jogador era de baixa estatura, gorducho e dizia-se que possuía um olhar frio de meter medo em seus adversários. Seus cabelos eram sempre exagerados na gomalina, e seu gosto para vestimenta era um absurdo, fazendo seus próprios colegas taxarem ele como “balconista de bar de subúrbio”. Puskas pouco se importava com os muitos apelidos que surgiam (entre eles até mesmo de “anão de jardim”), sua resposta vinha em campo, com a bola nos pés, especialmente com a perna esquerda, sua arma mortal. O húngaro tinha um chute poderosíssimo, e unindo sua natural habilidade com um ferrenho anseio de vencer a tudo e a todos, Puskas dominava entre as quatro linhas, e se tornou uma verdadeira máquina de fazer gols. Anotou incríveis 83 tentos em 84 partidas disputadas pela Seleção Húngara, e formou junto a Alfredo Di Stéfano uma das duplas de ataque mais poderosas que o futebol já viu.


Desde pequeno Puskas cresceu no cenário futebolístico, seu pai jogava no Kispest, de Budapeste, e desde cedo começou a treinar seu filho. O jovem húngaro possuía suas habilidades tão acentuadas e prematuras, que debutou na primeira equipe do Kispest com apenas 16 anos. Dois anos depois foi convocado para fazer parte da Seleção da Hungria, em 1945, onde começaria a trilhar sua brilhante trajetória. Contudo, apesar de boa, a equipe de Kispest era pequena para todo o talento de Puskas, e se em 1949 o exército húngaro não tivesse se associado ao Kispest e mudado seu nome para Honvéd de Budapeste, talvez a história de Ferenc Puskas não fosse tão vitoriosa. Com os militares no comando do time foram incorporados ao plantel do Honvéd excelentes jogadores; o Honvéd cresceu, ganhou sete títulos na Liga Húngara e foi considerado a melhor equipe de futebol no início dos anos 50, e seus jogadores foram a base para os Mágicos Magiares.

Os húngaros não faturaram a Copa de 54, mas as chamativas atuações de Puskas no Mundial e seu fantástico futebol foi bem visto pelo presidente do Real Madrid, Santiago Bernabéu, que chamou o húngaro para o clube merengue em 1958. Puskas na época estava acima do peso e com 32 anos, ainda assim ao pisar em campo não demorou que o espírito de artilheiro do Major Galopante encantasse novamente o mundo, tornando-o uma lenda também no clube de Madrid, onde foi artilheiro da Liga da Espanha por quatro vezes.

Ferenc se aposentou em 1966, aos 40 anos, e seguiu carreira de treinador, mas seu magistral passado ofuscaria qualquer trabalho posterior seu. O Esquerda de Ouro, Cañocito Pum, Major Galopante, Anão de Jardim, Pancho... apelidos não faltaram para Puskas, contudo nenhum conseguiu representar a altura suas habilidades em campo, até porque seria impossível conter em uma simples alcunha toda a genialidade do húngaro e de sua lendária perna esquerda.

Ferenc Puskas morreu em 2006, aos 79 anos, de Mal de Alzheimer. No vídeo abaixo o time do Real Madrid na época prestando uma homenagem a um dos maiores ídolos do clube merengue.


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